Mudando de Rota

Por Madalena Carvalho

Recentemente fui convidada por uma profissional que atua numa das 100 melhores empresas para se trabalhar (Publicação da Revista Exame) a orientá-la num processo de mudança de emprego. Este tipo de comportamento nos faz pensar em qual é o melhor momento para se mudar de rota. Eu mesma cometi a “boa loucura” de sair de uma multinacional após dez anos de trabalho.

Considero uma “boa loucura” porque esta atitude, repudiada na época por muitos, (amigos, chefes, parentes) me abriu novos horizontes e me tirou a visão míope que eu tinha das organizações. Ao ter a coragem de entrar no programa de voluntariado, não imaginava o quanto eu aprenderia fora do ambiente em que estava acostumada a lidar.

Mas voltando ao ponto inicial; o que leva um profissional, que muitas vezes trabalha numa empresa forte a querer sair?

Talvez algumas questões devam ser respondidas para que venha a certeza da mudança.

1. Encerrou-se uma etapa na carreira?
2. Há paixão e desejo pelo trabalho?
3. Há oportunidade de desenvolvimento?

Respondendo estas perguntas podemos fazer um contraponto entre o continuar ou o sair. Na maioria das vezes podemos chegar a conclusão que permanecer na mesma empresa ainda é a melhor opção, principalmente nos dias atuais, onde o mercado de trabalho oferece poucas chances, principalmente nos grandes centros urbanos.

É preciso fazer uma auto-análise bastante equilibrada para evitar o auto-engano; e aconselhar-se com colegas e especialistas da área para evitar uma atitude impensada. Como qualquer outra atividade, mudar de emprego requer um planejamento sério e coerente que vá de encontro com nossos objetivos e oportunidades existentes.

Alguns elementos chave são importantes para esta auto-análise:

1. Estou há mais de três anos na mesma posição / cargo?
2. Não vejo perspectivas razoáveis de promoção e desenvolvimento dentro da minha atual empresa?
3. Não há possibilidade de crescimento além do meu cargo atual?
4. Estou disposto a elaborar um plano concreto?

Certamente outros questionamentos podem e devem ser levantados, mas sempre devemos levar em conta o nosso objetivo profissional, que deve ser lógico com nossas atitudes, capacidades e motivações; e obviamente ajustado ao mercado em que vivemos.

Se após toda a análise fria e imparcial chegarmos a conclusão que o melhor é mudar de empresa, que o façamos sem medo, que não nos amedronte algumas derrotas e que, sobretudo, acreditemos no potencial interior e no plano de desenvolvimento previsto para a nossa própria vida, pessoal e profissional.

Acabando de escrever este artigo, uma amiga advogada me liga para dizer que vai administrar um restaurante e largar a advocacia, e isto me faz lembrar que algo muito importante não estava sendo dito: o trabalho e o amor andam juntos, independente dos caminhos traçados.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog